O Desenvolvimento pessoal é uma jornada que se inicia (e se reinicia) a todo momento. Quanto tratamos de desenvolvimento, basicamente falamos de aperfeiçoamento de características pessoais e desenvolvimento de habilidades úteis para etapas da vida. Por exemplo, a etapa de realização profissional quando você conquistar seu APTO no Concurso de Soldado da PM. Ou quando você sentir que foi bem na Entrevista Psicológica PM.
Portanto, é de extrema necessidade compreende os itens do edital. Entender as características exigidas pela etapa da Entrevista Psicológica PM. Um dos itens que mais chama a atenção e gera dúvidas e interpretações erradas é quando falamos sobre “Sinais Fóbicos”. É necessário entender o significado que o edital indica. Sinais fóbicos, de acordo com o Edital da PM (nº 2-231-18) significa: “presença de sinais de medo patológico ou irracional com dificuldade para manter o autocontrole”. Dentro dessa definição, alguns candidatos podem pensar: “Então eu não posso ter medo se eu quiser ser Policial”. E cá está uma ideia que precisamos discutir.
De antemão, se liga nas estatísticas de aptos e não-aptos da Fase do Exame Psicotécnico PM. Mais de 56% dos candidatos foram reprovados, isso somente das turmas 1 a 84. Claro que pode acontecer, e acontece, que os candidatos reprovem por Sinais Fóbicos, já que é uma característica de Perfil Psicológico reprovável pelo Edital.
DESCONSTRUINDO CRENÇAS
Se você já participou de algumas de nossas aulas de Desenvolvimento Pessoal, já ouviu falar sobre a necessidade de se Desconstruir Crenças. Em relação ao medo, precisamos entender que ele não é nosso inimigo 100% do tempo. Precisamos entender o que nos leva a ter medo, e como podemos contornar essa situação.
Quando falamos de medo, não podemos pensar que algum ser humano está livre dele. Então se você achar que precisa parar de sentir medo precisa saber que esse não é o melhor caminho. O medo é uma ferramenta do ser humano. Sendo utilizada desde os primórdios da humanidade, que remete à segurança e cautela. Em outras palavras, o medo nos ajudar a precaver, a cuidar de nós mesmos frente a uma possível adversidade. Podemos definir como uma emoção que nos ajuda a sobreviver. Permitindo com que nós atuemos de forma responsável, sem colocar a vida em risco.
Para esclarecer, um exemplo: o candidato pode ter medo de falar em público. Uma vez que ele tenha de falar em público. Então ele cria estratégias de como lidar com esse medo. Pode praticar exercícios de aquecimento de fala. Elaborar um roteiro de pontos de conversação ou utilizar-se da respiração diafragmática, antes de ficar em frente ao público. Ao falar em público, o medo passa. O medo não o limita, pelo contrário: é uma emoção que fez o candidato lidar com adversidades, ao criar as estratégias de precaução.
O QUE É FOBIA?
Desconstruída a crença, podemos mencionar o tipo de medo que o termo do edital se refere. O que pode ser um agravante, uma pedra no caminho na jornada do concurso público da PM: o medo patológico, que pode ser chamado de fobia.
O medo patológico (fobia) é o medo irracional, de proporção elevada. Que limita a ação do indivíduo. Logo, isso irá incapacitar o indivíduo na tomada de decisão frente a situação que o gera medo. Dentro do campo de autocontrole, citado pelo Edital, se entende que o medo patológico pode influenciar o autocontrole necessário para a função da profissão. Visto que pode desequilibrar o profissional no exercício da função. E se isso atrapalhar o profissional no andamento da profissão ele será declarado NÃO-APTO.
Por exemplo, se a pessoa tem medo de trovão, a ponto de não conseguir se mexer ao escutar o estrondo, com a presença de sintomas como: taquicardia, tontura, falta de ar e sudorese. É notável o quanto o medo, neste grau de intensidade, é um medo patológico (fobia). Porque a impede de agir de forma natural perante o ambiente.
Neste exemplo, a fobia é representada como medo de proporções elevadas ao extremo. Que chega a comprometer a segurança do indivíduo como, também, sua capacidade de liderança.
ENCARE SEUS MEDOS
Agora, como lidar com os medos? Como saber se o medo chega a incapacitar a tomada de decisão? Primeiramente, entender quais são os medos é necessário. Compreender, dentro do seu histórico de vida, quais são os seus temores. Será que sinto medo de falar em público? De falar sobre aquilo que sinto para aquela pessoa que tanto gosto, por temer a resposta? Só temos uma forma de saber: encarando os medos.
Em consequência do reconhecimento de medos, há a possibilidade de encará-los por meio de estratégias. Cada um de nós tem medos diferentes, que fazem parte de nosso desenvolvimento. Refletir sobre formas de como enfrenta-los é necessário. Desde que seja feito com responsabilidade, levando em consideração sua saúde mental. Voltando ao medo de falar em público. Caso seja a necessidade do candidato de encarar esse medo, é mais recomendável falar em publico à grupos pequenos (5-10 pessoas) do que falar em público para grupos grandes (40-60 pessoas).
INDO ALÉM DE SEUS MEDOS
Sentir medo é natural. A partir do medo, compreendemos nossas limitações e respeitamos aquilo que nosso corpo fala, para não comprometermos de forma inconsequente a saúde. Cabe a nós delimitar os medos e encará-los. Contando com a ajuda de pessoas que nos querem bem. O lado benéfico de temer é criar estratégias para ir além do medo. E, claro, caso o medo seja patológico, procure por profissionais da área de saúde mental para o devido tratamento. A fobia pode ser desconstruída, não a leve como restrição de seus sonhos.
Por enquanto, como vocês têm lidado com medos e fobias? Temos um Curso de Desenvolvimento Pessoal que pode te auxiliar no processo de autoconhecimento e técnicas para ter uma saúde mental mais saudável.
Aqui embaixo vamos deixar a lista de características exigidas na Fase do Exame Psicotécnico PM para concurso de Soldado PM. Assim os candidatos podem se atentar ao que é cobrado pelo Edital PM.
PERFIL PSICOLÓGICO DO SOLDADO PM DE 2ª CLASSE
- Flexibilidade moderada– ausência de rigidez na conduta, no limite em que não comprometa sua conduta no bom desempenho da função;
- Disposição para o trabalho– capacidade para suportar longa exposição a agentes estressores, sem permitir que estes causem danos físicos ou mentais, sendo capaz de manter um bom nível de energia interna da qual o indivíduo dispõe para interagir com o meio;
- Capacidade de liderança– potencial para agregar as forças da comunidade, valendo-se de criatividade e proatividade, sem abdicar da autocrítica quem mantém o equilíbrio das ações;
- Relacionamento interpessoal adequado– adequado nível nas relações humanas, estejam em conflito ou não, que permita aperceber-se do comportamento dos outros do mesmo modo em que consegue comunicar-se apropriadamente;
- Inteligência– grau de inteligência geral (fator G) dentro de faixa mediana padronizada para a análise, aliado à receptividade para incorporar novos conhecimentos e reestruturar conceitos já estabelecidos, com potencial de memorização, a fim de dirigir adequadamente seu comportamento;
- Fluência verbal– facilidade para manipular os termos linguísticos na expressão do pensamento, através da verbalização clara e eficiente, expressando-se com desembaraço, sendo eficaz na comunicação;
- Resiliência– potencial para superar frustrações e reveses, valendo-se da aprendizagem das vivências para desenvolver melhor suas atividades, tornando-as mais produtivas.
CONTRA PERFIL PSICOLÓGICO DO SOLDADO PM DE 2ª CLASSE
- Descontrole emocional– utilização do potencial emocional sobrepondo-se ao racional, comprometendo o comportamento, seja por impulsividade, ansiedade ou agressividade descontrolada;
- Sinais Fóbicos– presença de sinais de medo patológico ou irracional, com dificuldade para manter o autocontrole;
- Falta de domínio psicomotor– ausência de habilidade cinestésica, por meio da qual o corpo se movimenta com eficiência, atendendo com presteza as solicitações psíquicas e ou emocionais.